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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Aquela que veio do mar

Graziela sofria.
Por desamor, sim sofria.
Seu nome traz a marca da alegria,
Mas ainda assim...ela sofria.

Por ele, não sentia amor.  E o que fazer com o rancor,
Que a falta de amor lhe proporcionou?
Rancor de si mesma. Que ao contrario de muitos,
Se doia por tudo. Por não amar quem queria lhe dar frutos.

Foi, foi Graziela.
Era ela. Estirada na Calçada,
Com as mãos toda oculpada
Por um som de sopro carregar.

Além de sangrar-lhe o coração
Numa lúcida emoção, marcou o nariz de vemelho.
Como palhaça do desejo, desejou  alguma ação,
Sem que ouvesse o desespero, da mais profunda nação.


De cor só tinha o sangue, o resto se fez filme antigo
Pintado de preto e branco.
Por dentro um choro contido.
É que um palhaço também chora, mas se esconde num sorriso.
Forjado e mesmo que infindo, mascarado; mas não bandido.

Graziela foi palhaça. "Riu" de um amor não vivido,
"Riu" da impotencia de amar,
Um homem quase desconhecido.

Suas asas ruflaram sem parar,
Em risos já nem contidos.
Num choro sem marejar,
Negava seu nome escolhido.

Alegria, queria significar,
Mas a vida trouxe outro destino.
Marina, a que vem do Mar.

A água veio e foi levar,
As dores que ela trazia.
Se foi sem respirar,
Mas ainda assim sorria.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

E se a saudade voltar

saudade, vai embora pra nunca mais voltar
e leva em teus braços esse moço que nem sabe sambar
manda por correio um que me faça feliz
sempre sendo um jardim florido sem fim

mas tenha calma, não mande-o agora
não tem pressa, deixe ser chegada a hora
de um dia a gente se encontrar
e assim juntos respirar o mesmo ar

e se o amor bater na minha porta
diga que a alegria me tomou pela mão
explodiu num sopro o vulcão

e se você voltar
você, saudade, vai transtornar
ainda mais meu coração 
que vive de perdão.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

SENTIR

As palavras saem de mim nem sempre pela mão, o que não é tão comum, eu sei! Mas, no fundo não sei se queria tudo documentado. A poesia que se esvai pela minha boca, fora um dia mais bonita do que outras poesias que eu escrevera. Não tem problema. Perdidas estão, nesse paradoxo que é a vida e o vento. O tempo, que sem tempo de parar faz passar cada pensamento de escrita como um filme acelerado. E quando me sento para escrever..

-não sei!

Não sei como sentir isso agora. Pessoa disse que não deve sentir, deve-se fazer sentir. E pra mim, mera leitora e escritora de meus simplórios rabiscos, sei que não posso jamais escrever sem sentir, pois como posso fazer sentir se não sinto? Sinto pois, o amor, a dor, as angustias, as inquietações, nem sempre minhas, mas dos personagens que são meus e passam a ser de quem lê, mas por hora foram meus. sim! foram! Então.. eu os senti! Foi em mim! Quando amélia morreu de amores, fui eu quem morri. ... Era eu ali! Eu. Naquela face ocultada por cabelos lânguidos. Eu, naqueles olhos taciturnos. Eu, naquela lágrima que caia e por um soluço de choro, tomou outro rumo. Se misturou com a saliva da boca. 



Também sou eu agora, sentido tudo que escrevo: as palvras voando...


Fui interrompida por um telefonema. Não deveria ter atendido. Não era nada demais. Por isso mesmo. Eu sabia. E agora perdi o pensamento..
Do que estava falando?


Sabe o que me fascina em escrever?
-Não?
- Nem eu!
Só sei que escrevo. Nem acho as letras bonitas. Nem o som delas. No sotaque meu sim, mas esses sons vão se modificar quando você lê. De que adianta eu entoná-las se você vai lê-las de forma tão diferente?
Por isso que talvez você nem me entenda. Não tem problema. 
Mas o que me fascina mesmo... é LER! Ou melhor, é acima de tudo,...SENTIR! Um sentir assim pronunciado bem devagar, mas bem forte pra você sentir o som e o poder da palavra sentir. 
Sentiu?

A palavra tomou em mim e aqui um rumo oposto ao que pensei que poderia ser. O que seria uma frase, é um texto. Mais um rabisco. 
Eu falo e minha amiga Maria escreve. É que meus pensamentos são muitos e eu escrevo devagar. não sou calma. Sou eufórica, sinto de forma eufórica, também! E estou abrindo um biscoito de forma eufórica. 
...

Ela comeu de forma eufórica e morreu de forma eufórica. Pois gritava, eufóricamente por querer saber o que sentiram ao falar sentir, ao ler Sentir, ao sentir senti-la morrer, com um biscoito vencido.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A Nau


 


Filhos de mãos calejadas
Destemidos sonhadores
E com amores e dores
Sofrem na inchada


E com amores e dores
Sofrem de temores
Nesta vida amargurada
Extremamente cansada



Oh, Filhos da terra!
Oh, filhos do mar!
Estamos todos a cantar
Esta canção que faz vibrar


É a canção da vida?
Ou a canção morte?
Quem sabe a da luta,
Quem sabe a da sorte.

E nesta Nau que é a vida
Levamos esta mesma sofrida
Amando pra sanar,
Sanando sem pensar!

domingo, 7 de novembro de 2010

Vivo por aí...

Foi sem tempo que eu vim,
com saudade das palavras,
que de mim, saem sem fim.

Já nem sei como e nem o porquê,
mas publiquei sem querer,
o prazer e o desprazer,
das coisas que vivo com você.


Você é todo mundo,
que rodeia o meu mundo
sem mais e nem saber,
que sempre estarei com você.


Fico triste ao entender,
que por medo ou precaução,
não pegastes na minha mão
e nem queres mais me ver.